Mercado livre de energia, em que o consumidor escolhe o fornecedor para pagar menos na conta de luz, está em expansão no Brasil
01/05/2025
(Foto: Reprodução) O mercado livre de energia no Brasil já tem 30 anos, mas foi só em 2024 que ele avançou. Mercado em que o consumidor escolhe o fornecedor de energia cresce no Brasil
O Brasil vem registrando a expansão do mercado em que o consumidor escolhe o fornecedor de energia. E consegue descontos na conta de luz.
O Aeroporto Internacional de Florianópolis não estava satisfeito com o preço da energia elétrica.
"O principal custo de um aeroporto é o custo de energia elétrica", afirma Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil.
Então, migrou para o mercado livre de energia. Nele, o cliente pode escolher o fornecedor, buscar um preço melhor e definir o tipo de energia que quer consumir.
"Temos uma economia de 20% no custo total de energia elétrica. Um outro fator muito importante é a previsibilidade. Eu posso contratar essa energia por 5, 10 anos e não fico mais sujeito às bandeiras tarifárias. E depois a sustentabilidade, porque tenho a segurança de que estou comprando uma energia de baixa pegada de carbono," diz Ricardo.
Mercado livre de energia, em que o consumidor escolhe o fornecedor para pagar menos na conta de luz, está em expansão no Brasil
Reprodução/TV Globo
O mercado livre de energia no Brasil já tem 30 anos, mas foi só em 2024 que ele avançou para valer. O número de migrações ao modelo cresceu 67% depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou a adesão de todas as unidades consumidoras atendidas por média e alta tensão. É o chamado Grupo A, formado principalmente por indústrias e grandes comércios. Antes, isso só valia para estabelecimentos com consumo a partir de 500 kW - conta em torno de R$ 50 mil por mês.
"As principais vantagens de migrar para o mercado livre é o consumidor estar no centro do negócio. Hoje, o consumidor simplesmente paga uma conta que chega para ele e não tem nenhuma ingerência", afirma Rodrigo Ferreira, presidente da Abraceel.
O Grupo B, de baixa tensão, continua na espera. São mais de 90 milhões de consumidores residenciais e donos de pequenos negócios que até podem conseguir descontos, mas de uma forma diferente.
"Em uma situação ideal é que você invista na sua própria placa solar. Mas a gente sabe que isso é caro. Hoje, a lei permite que você faça a portabilidade da sua conta de energia para empresas que investem em fazendas solares", explica Ton Fortes, especialista em portabilidade energética.
É a chamada geração compartilhada. A energia produzida nas fazendas solares é injetada na rede da empresa distribuidora que chega à casa do consumidor. Como o custo da energia solar é menor, o cliente tem um desconto na fatura de 8% a 20%. O empresário Rafael Goedert economiza cerca de R$ 85 reais todo mês:
"Se ao final do ano eu calcular, eu ganhei uma fatura, como se eu ganhasse um décimo terceiro na minha fatura de energia".
Agora, ele espera também poder acessar o mercado livre. O Ministério de Minas e Energia estuda enviar um projeto ao Congresso Nacional.
"Vou poder escolher de quem eu compro essa energia elétrica e, com certeza ,vou pagar ainda mais barato", afirma o empresário Rafael Goedert.