Dona de asilos que amarravam idosos no interior de SP fica em silêncio em depoimento; polícia deve ouvir vítimas
06/11/2025
(Foto: Reprodução) Dona de casa de repouso é presa por maus-tratos a idosos em Ribeirão Preto, SP
A Polícia Civil informou ao g1 nesta quinta-feira (6) que Eva Maria de Lima, dona das casas clandestinas que amarravam idosos em Ribeirão Preto (SP), optou por permanecer em silêncio durante o depoimento. Ela está presa desde a noite do último domingo (2) por manter os locais em funcionamento, mesmo após terem sido interditados pela Justiça.
A reportagem tentou contato com a defesa de Eva, mas não havia obtido retorno até a última atualização.
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Ao todo, 36 idosos foram resgatados em três endereços. No entanto, até esta quarta-feira (5), seis deles ainda seguiam abrigados provisoriamente em uma das casas de repouso porque não tinham para onde ir.
Já nesta quinta, sob auxílio de equipes da Prefeitura, essas pessoas foram encaminhadas à Casa do Vovô, no bairro Ipiranga, e permanecerão por lá enquanto não são buscadas pelos familiares responsáveis.
Também ao g1, a polícia afirmou que a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) deve enviar até sexta-feira (7) quais idosos reúnem condições para prestar declarações na delegacia.
Eva Maria, por sua vez, cumpre prisão preventiva e pode responder pelos crimes de expor idoso a perigo à integridade e à saúde, física ou psíquica, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando de alimentos e cuidados indispensáveis, previstos no Estatuto do Idoso.
Eva Maria de Lima, dona das casas clandestinas para idosos em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
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Maus-tratos e abandono de idosos
As três unidades do asilo "Meu Doce Lar", interditadas pela Justiça desde abril deste ano, ficam na Vila Seixas, no Alto da Boa Vista e no Parque Ribeirão. Elas ainda funcionavam e recebiam novos pacientes ilegalmente.
Durante uma operação realizada no domingo com agentes do Ministério Público, Vigilância Sanitária e Prefeitura, 36 idosos foram resgatados e a proprietária dos asilos, Eva Maria de Lima, de 40 anos, foi presa por suspeita de maus-tratos e abandono.
Segundo as denúncias, os idosos eram amarrados e viviam em ambientes sem higiene e alimentação adequada. Uma funcionária mencionou que até o uso de fraldas era limitado, e que, por conta disso, os idosos passavam horas sujos de fezes e urina.
A mensalidade cobrada das famílias era de R$ 2,5 mil. Eva nega todas as acusações. Em nota, a defesa dela informou que entrou com um recurso para que ela seja liberada.
Banheiro de casa clandestina para idosos em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
O que aconteceu com os pacientes?
Dos 36 idosos resgatados no último domingo, sete deles estavam em uma casa no bairro Parque Ribeirão, na zona Oeste da cidade, e foram encaminhados a unidades de saúde, onde foram internados.
Os outros 29 foram encaminhados para instituições no Centro e no bairro Alto da Boa Vista sob cuidados de equipes da Prefeitura de Ribeirão Preto, que assumiu os locais emergencialmente.
"A partir desse flagrante e também da prisão dela, a Prefeitura de Ribeirão com o apoio da Secretaria de Assistência Social e da Secretaria de Saúde, assumiu a gestão provisória desses espaços com atendimento médico e da assistência social para que eles provisoriamente recebessem um cuidado primário até que fossem retirados de lá pelas famílias", explicou Balieiro.
A Prefeitura de Brodowski (SP), que custeava as despesas de dois idosos por determinação judicial, informou que rompeu o contrato com o "Meu Doce Lar" e transferiu os pacientes de responsabilidade dela para outra casa de repouso, também em Ribeirão Preto, mas no bairro Ribeirânia.
Pacientes amarrados às camas em casas para idosos que operavam clandestinamente em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
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