CPI da Dívida: gestão anterior deixou déficit de cerca de R$ 175 mi na saúde, diz presidente da FMS em oitiva
17/09/2025
(Foto: Reprodução) CPI da Dívida: presidente da FMS fala sobre crise na saúde de Teresina
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) tem uma dívida de pelo menos R$ 175 milhões deixada pela gestão anterior da Prefeitura de Teresina, de acordo com a presidente da pasta, Leopoldina Cipriano. Segundo ela, a maior parte desse valor ainda não foi paga pela administração atual.
A declaração foi feita, nesta quarta-feira (17), durante a 11ª oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Bilionária, que apura o déficit de R$ 3,6 bilhões apontado pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil) em maio.
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Segundo Leopoldina, as despesas do mandato anterior incluem:
R$ 91,8 milhões em despesas empenhadas (contratadas, mas sem comprovação completa);
R$ 65 milhões em despesas empenhadas e liquidadas (comprovadas, mas não pagas);
R$ 18,5 milhões em despesas indenizatórias (gastos sem autorização formal).
"Alguns gastos essenciais, como o oxigênio nos hospitais, não tinham como não ser pagos e foram renegociados. Os outros débitos estão sob auditoria e não temos orçamento para pagar, só o que for reconhecido ou de extrema necessidade", afirmou a presidente.
Leopoldina também relatou que faltam insumos e medicamentos todos os dias nos hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Ela disse que fornecedores que venceram licitações neste ano estão se recusando a entregar os produtos por causa de dívidas não pagas da gestão anterior.
"Temos um fornecedor que assinou o empenho em janeiro deste ano e ainda não entregou a medicação. Já acertei com os diretores da FMS que vamos cancelar as compras não entregues há mais de 90 dias e convocar as empresas que ficaram em segundo lugar", informou.
Para tentar equilibrar as contas da FMS, Leopoldina apontou que tem renegociado dívidas, reduzido valores de contratos e buscado apoio para diminuir o uso do orçamento municipal na saúde. Atualmente, Teresina investe 35% dos recursos, enquanto a Constituição exige 15%.
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Gestão anterior deixou déficit de R$ 175 mi na saúde, diz presidente da FMS
Jonas Carvalho/TV Clube
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